Por:Daniel Moreira
Violência Urbana |
A Cidade da Praia deparou-se nos últimos anos com ondas preocupantes de violência juvenil urbana, por suposta culpa de uma nova figura social emergente denominada de “os thugs”.
O seu surgimento como um movimento associativo juvenil
relacionado a atos delinquentes, enquadrado num contexto social desigual, visa
buscar estratégias de afirmação pessoal e social. Não obstante as várias
tentativas político-constitucional em os controlar, as bruscas mudanças
verificadas nas últimas décadas, numa sociedade com marcas históricas de
situações violentas, ou seja de um modo mais concreto a cidade da Praia que nos
ultimos tempos tornou-se numa cidade bastante violenta em que essa situação
está a preocupar como a prejudicar muitos cidadões que já foram até vítima
dessa violência e criticam a função do Governo e as autoridades perante essa
situação.
Essas violências são praticadas por grupos de jovens
delînquentes denominados de “Thugs”
em que são maioritariamente jovens na casa dos 17 a 35 anos de idade e são
sobre tudo jovens sem emprego como os que abandonaram os estudos por falta de
recurssos.
Surgimento de
Grupos Delinquentes
Os relatos sobre acções de grupos de jovens delinquentes
foram provados que na Cidade da Praia, nos anos 80 do século XX que já existiam
grupos de jovens conhecidos como “piratinhas” que praticavam pequenos delitos.
Posteriormente, no início dos anos 90 jovens residentes na linha Achada Grande
Frente/Lém Ferreira criaram um grupo denominado “netinhos de vovó” que
actuavam, entre outros locais, nas imediações do Parque 5 de Julho,
principalmente quando decorriam eventos culturais.
O surgimento de jovens auto-proclamados “thugs” traz
à baila uma redefinição do fenómeno da violência juvenil, tornando, desta
feita, a violência urbana num problema social em meados dos anos 2000. Para
Manuel “ esses grupos de delinquentes não são de agora mas de há muito tempo, visto
que a nossa sociedade é bastante ligada a outras culturas internacionais como o
Estados Unidos de América e a Europa.” Afirma o supracitado.
Este termo importado dos ghettos norte-americanos
é apropriado pelos jovens desafiliados, numa perspectiva de valorização do que
é estrangeiro, como é habitual, na busca de uma afirmação pessoal e social, não
se preocupando, por um lado, com o significado pejorativo que está subjacente a
ele e por outro lado, deturpando a carga filosófico-política de reivindicação
político-social que antecedeu o movimento Thug Life criado pelo rapper
norte-americano Tupac Shakur.
Locais com
maiores índices de Violência em Cabo Verde
Cidade da Praia e a Cidade do Mindelo são dois lugares
mais freqêntes da prática da violência Urbana no País Praticados pelos “Thugs”
denominados de “Caço Body” em que muitas vezes já provocaram mortes como
acidntes graves, e que isso está a aflingir muitos a população dessas duas
cidades de ficarem andar pelas ruas de noite. Segundo estudos feitos na última década considerada pelo Governo de
Cabo Verde como a década de sucesso, a população prisional do país aumentou
100% e, em Santiago, devido à sobrelotação da Cadeia de São Martinho,
decidiu-se pela sua ampliação, com a construção de um novo edifício com
capacidade para 600 reclusos, construção essa terminada no final de 2009 e
inaugurada no início de 2010. Actualmente suponha-se que encontram-se
enclausurados nesse estabelecimento prisional cerca de 750 reclusos, sendo que
cerca de 155 pertencem aos grupos denominados thugs, com idades
compreendidas entre os 16 e 35 anos. Obviamente, os números aumentaram
consideravelmente nesses últimos dois anos.
Ser “Thug”
No início era o apenas uma forma de passar tempos livres,
mas agora já se tornou uma vida. Foi assim a afirmação que um indivíduo
denominado de “thug” pronunciou para o entrevistador.
São praticamenti 7 individuos ao todo, a maioria possui
cabelos longos , que de uma hora para outra as suas vidas mudaram
repentiamente, afirmam ser “os Pisicós”, ou seja o nome do grupo deles.
Começaram a participar nessa vida por volta dos 13 anos, outros afirmam 9 anos,
em que o primeiro passo foi estar na companhia de certos indivíduos, e começar
a usar alcool e drogas, no caso o mais popular conhecido como “padginha”.
Jovens contam que
entrar nessa vida foi algo de mera coincidência, e que é bem rápido, mas
sair já é quase imposível. Muitos relatam que não ao tomarem vivências dessa
vida não sabiam o que o futuro lhes reservavam, dado que primeiramente era só
uma meira forma de se vestir, e afirmar ser um “thug”, mas agora isso passou
para algo maior, em que não se pode viver a sua vida normal pelo facto de estar
sempre na mira da polícia e de outros grupos rivais.
Relatos na
Primeira Pessoa
Patrick Semedo, um dos membro do grupo “Pisicó”, confessa
que já foi baleado nas costas, que não moreu pelo facto de ser socorido de
imediato pelos colegas e familiares. Aponta a prática do “Caço Body” como sendo
uma única alternativa de conseguir um pão de cada dia para o seu sustento. Ser
chamado de thug ou gang, para o entrevistado realmente é um elogio, no entanto,
apelidar de marginal ou bandido, já é uma ofensa e uma provocação.
Zezito Fernandes, mas conhecido por “Zito” relata que
tudo começou quando ele tinha 13 anos, residente na localidade de “pensamento”
oriundo de uma família vulnerável, viu o seu irmão “Lito” de 17 ser assicinado a porta da casa por um dos
membros na altura. Esse facto provou uma grande angustia e raiva de vingar a
morte do irmão. “Apos vários confrontos com a polícia e grupos rivais, senti
que a vida que estava a levar não era apropriada por isso, queria sair, mas no
entanto, era tarde porque entrar já é facil, mas sair é quase imposivel.”
Esclarece ele.
Segundo o jovem Amarildo vieira, um outro membro da
Gangue declara que estar na situação que eles se encontram teve diversas causas
como: a falta de recurssos finânceiros para satisfazerem as necessidades, O indivídio
sente excluído do grupo, da sociedade e acaba por entrar em grupos de más
influências , consequentimente acabam por entrar no mundo da violência.
Concepções Sociológicas
Segundo o
sociólogo Redy Lima “Pode-se
considerar estes grupos como sendo associações juvenis comunitárias não
reconhecidas oficialmente, isto porque, constituem redes de indivíduos surgidos
nos bairros desafiliados, com a particularidade de utilizarem a violência como
forma de chamar a atenção e de buscar reconhecimento dos poderes públicos ou
dos organismos não governamentais”.
Suas Conseqências
O mesmo aponta alguamas conseqências disastrosas, em que outras
até hoje ainda permaneçem no seu corração, Como mortes de colegas, e amigos,
diverssos acidentes graves sofridas por cidadões inocentes, medo de vaguiar
pelas ruas á noite, instabilidade Social, entre outros, a possíbilidade de
conseguir um emprego dígno.
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