terça-feira, 15 de novembro de 2016

Violência Urbana uma problemática preoucupante em Cabo Verde

Por:Daniel Moreira

Violência Urbana
A Cidade da Praia deparou-se nos últimos anos com ondas preocupantes de violência juvenil urbana, por suposta culpa de uma nova figura social emergente denominada de  “os thugs”.
O seu surgimento como um movimento associativo juvenil relacionado a atos delinquentes, enquadrado num contexto social desigual, visa buscar estratégias de afirmação pessoal e social. Não obstante as várias tentativas político-constitucional em os controlar, as bruscas mudanças verificadas nas últimas décadas, numa sociedade com marcas históricas de situações violentas, ou seja de um modo mais concreto a cidade da Praia que nos ultimos tempos tornou-se numa cidade bastante violenta em que essa situação está a preocupar como a prejudicar muitos cidadões que já foram até vítima dessa violência e criticam a função do Governo e as autoridades perante essa situação.
Essas violências são praticadas por grupos de jovens delînquentes denominados de “Thugs” em que são maioritariamente jovens na casa dos 17 a 35 anos de idade e são sobre tudo jovens sem emprego como os que abandonaram os estudos por falta de recurssos.
Surgimento de Grupos Delinquentes
Os relatos sobre acções de grupos de jovens delinquentes foram provados que na Cidade da Praia, nos anos 80 do século XX que já existiam grupos de jovens conhecidos como “piratinhas” que praticavam pequenos delitos. Posteriormente, no início dos anos 90 jovens residentes na linha Achada Grande Frente/Lém Ferreira criaram um grupo denominado “netinhos de vovó” que actuavam, entre outros locais, nas imediações do Parque 5 de Julho, principalmente quando decorriam eventos culturais.
O surgimento de jovens auto-proclamados “thugs” traz à baila uma redefinição do fenómeno da violência juvenil, tornando, desta feita, a violência urbana num problema social em meados dos anos 2000. Para Manuel “ esses grupos de delinquentes não são de agora mas de há muito tempo, visto que a nossa sociedade é bastante ligada a outras culturas internacionais como o Estados Unidos de América e a Europa.” Afirma o supracitado.
Este termo importado dos ghettos norte-americanos é apropriado pelos jovens desafiliados, numa perspectiva de valorização do que é estrangeiro, como é habitual, na busca de uma afirmação pessoal e social, não se preocupando, por um lado, com o significado pejorativo que está subjacente a ele e por outro lado, deturpando a carga filosófico-política de reivindicação político-social que antecedeu o movimento Thug Life criado pelo rapper norte-americano Tupac Shakur.
Locais com maiores índices de Violência em Cabo Verde
Cidade da Praia e a Cidade do Mindelo são dois lugares mais freqêntes da prática da violência Urbana no País Praticados pelos “Thugs” denominados de “Caço Body” em que muitas vezes já provocaram mortes como acidntes graves, e que isso está a aflingir muitos a população dessas duas cidades de ficarem andar pelas ruas de noite. Segundo estudos feitos  na última década considerada pelo Governo de Cabo Verde como a década de sucesso, a população prisional do país aumentou 100% e, em Santiago, devido à sobrelotação da Cadeia de São Martinho, decidiu-se pela sua ampliação, com a construção de um novo edifício com capacidade para 600 reclusos, construção essa terminada no final de 2009 e inaugurada no início de 2010. Actualmente suponha-se que encontram-se enclausurados nesse estabelecimento prisional cerca de 750 reclusos, sendo que cerca de 155 pertencem aos grupos denominados thugs, com idades compreendidas entre os 16 e 35 anos. Obviamente, os números aumentaram consideravelmente nesses últimos dois anos.
Ser “Thug”                                                  
No início era o apenas uma forma de passar tempos livres, mas agora já se tornou uma vida. Foi assim a afirmação que um indivíduo denominado de “thug” pronunciou para o entrevistador.
São praticamenti 7 individuos ao todo, a maioria possui cabelos longos , que de uma hora para outra as suas vidas mudaram repentiamente, afirmam ser “os Pisicós”, ou seja o nome do grupo deles. Começaram a participar nessa vida por volta dos 13 anos, outros afirmam 9 anos, em que o primeiro passo foi estar na companhia de certos indivíduos, e começar a usar alcool e drogas, no caso o mais popular conhecido como “padginha”.
Jovens contam que  entrar nessa vida foi algo de mera coincidência, e que é bem rápido, mas sair já é quase imposível. Muitos relatam que não ao tomarem vivências dessa vida não sabiam o que o futuro lhes reservavam, dado que primeiramente era só uma meira forma de se vestir, e afirmar ser um “thug”, mas agora isso passou para algo maior, em que não se pode viver a sua vida normal pelo facto de estar sempre na mira da polícia e de outros grupos rivais.
Relatos na Primeira Pessoa
Patrick Semedo, um dos membro do grupo “Pisicó”, confessa que já foi baleado nas costas, que não moreu pelo facto de ser socorido de imediato pelos colegas e familiares. Aponta a prática do “Caço Body” como sendo uma única alternativa de conseguir um pão de cada dia para o seu sustento. Ser chamado de thug ou gang, para o entrevistado realmente é um elogio, no entanto, apelidar de marginal ou bandido, já é uma ofensa e uma provocação.
Zezito Fernandes, mas conhecido por “Zito” relata que tudo começou quando ele tinha 13 anos, residente na localidade de “pensamento” oriundo de uma família vulnerável, viu o seu irmão “Lito” de 17  ser assicinado a porta da casa por um dos membros na altura. Esse facto provou uma grande angustia e raiva de vingar a morte do irmão. “Apos vários confrontos com a polícia e grupos rivais, senti que a vida que estava a levar não era apropriada por isso, queria sair, mas no entanto, era tarde porque entrar já é facil, mas sair é quase imposivel.” Esclarece ele.
Segundo o jovem Amarildo vieira, um outro membro da Gangue declara que estar na situação que eles se encontram teve diversas causas como: a falta de recurssos finânceiros para satisfazerem as necessidades, O indivídio sente excluído do grupo, da sociedade e acaba por entrar em grupos de más influências , consequentimente acabam por entrar no mundo da violência.
Concepções Sociológicas
 Segundo o sociólogo Redy Lima “Pode-se considerar estes grupos como sendo associações juvenis comunitárias não reconhecidas oficialmente, isto porque, constituem redes de indivíduos surgidos nos bairros desafiliados, com a particularidade de utilizarem a violência como forma de chamar a atenção e de buscar reconhecimento dos poderes públicos ou dos organismos não governamentais”.
Suas Conseqências
O mesmo aponta alguamas conseqências disastrosas, em que outras até hoje ainda permaneçem no seu corração, Como mortes de colegas, e amigos, diverssos acidentes graves sofridas por cidadões inocentes, medo de vaguiar pelas ruas á noite, instabilidade Social, entre outros, a possíbilidade de conseguir um emprego dígno.

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