Por: Domingas Andrade
HIV, uma situação preocupante em alguns países |
Angola, Moçambique e Cabo Verde estão entre os
países africanos onde a situação das pessoas que vivem com o vírus da
imunodeficiência humana (HIV) é bastante preocupante, segundo o mais recente
relatório do programa conjunto das
Nações Unidas sobre o VIH (UNAIDS), divulgado na segunda-feira (21).
De acordo com o documento “há mais gente
informada de que está infetada, contudo, não existiam, até 2015, dados
disponíveis quanto à percentagem de diagnósticos nestes três países africanos,
bem como no Brasil".
Uma outra carência apontada pelo documento
prende-se com a falta de dados sobre a percentagem de supressão viral entre
pessoas que vivem com VIH, em Cabo Verde, Angola e Moçambique. No Brasil,
situa-se entre 37% e 72%, indica a mesma fonte.
Sob o lema "A SIDA não acabou, mas pode
acabar", o relatório divulgado por ocasião do dia internacional da SIDA,
revela que a cobertura da terapêutica anti-retroviral entre pessoas que vivem
com HIV, apesar de ter duplicado em cinco anos, é de 40%, em Angola é de entre 41% e 80% em Moçambique,
Cabo Verde e Brasil.
Estes números estão ainda muito distantes dos
objectivos traçados pela ONU para 2020: que 90% das pessoas tenham conhecimento
do seu diagnóstico, que pelo menos 90% dos casos tenham acesso a terapêutica
anti-retroviral e que haja supressão viral em 90% das pessoas que vivem com
VIH.
De
acordo com o relatório, os principais desafios a ultrapassar prendem-se com o
fracasso em sensibilizar o sexo masculino para os programas de HIV; um
diagnóstico e início de tratamento tardios, especialmente no sexo masculino;
baixa adesão ao tratamento, resistência à medicação e falhanço do tratamento; e
prevalência de tuberculose em pessoas que vivem com HIV.
O
risco de contrair tuberculose aumenta drasticamente após a infeção com HIV e é
muitas vezes a primeira doença que faz com que as pessoas infetadas vão
procurar ajuda médica, refere o documento.
Uma
distribuição rotineira de testes de HIV é recomendada a todas as pessoas com
sintomas de tuberculose e a todas aquelas a quem tenha sido diagnosticada a
doença, e todas as que obtiverem resultado positivo no teste de HIV devem
iniciar imediatamente terapêutica anti-retroviral.
Globalmente, registaram-se progressos
substanciais: em 2015, 55% dos 6,1 milhões de novos casos de tuberculose
comunicados aos programas nacionais da doença tinham realizado testes HIV, um aumento
de 18 vezes desde 2004.
No
continente africano, onde é mais acentuado o problema do HIV associado a
tuberculose, 81% dos doentes com tuberculose tinham documento comprovativo da
realização de um teste de HIV. A terapêutica anti-retroviral em doentes com
tuberculose que estão infetados com HIV alcançou, globalmente, os 78%, tendo
mesmo ultrapassado os 90% em Moçambique, Índia, Quénia, Malaui, Namíbia e
Suazilândia.
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