sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Cidade Velha: Uma ‘‘Ruína Turística’’

REPORTAGEM


Por: Domingas Andrade

A Cidade Velha, nascida como Cidade da Ribeira Grande, teve o seu primeiro  núcleo populacional em 1462. Cidade Velha é considerada o berço da nação e um legado da cultura cabo-verdiana. Tornou-se um dos entrepostos do comércio de escravos de maior relevo atlântico, adquirindo o estatuto de Cidade em 1533.

 A grandiosidade de alguns edifícios construídos  na Cidade: religiosos  militares e outras instalações, reforçam ideias  daquilo que  foi vivida na época, o que aliás as ruínas ainda hoje existentes demonstram. Situada a 15 quilómetros da atual capital cabo-verdiana, Cidade Velha é hoje um ponto turístico por excelência. 

Os seus monumentos históricos fazem dela um lugar aprazível, principalmente para aqueles que se interessam  pela história de um povo surgido de cruzamento de várias raças.

O primeiro ponto de interesse é a Fortaleza Real de São Filipe, que domina a Cidade do alto, com 120 metros de altitude, proporcionando uma bela vista da Cidade. Construída em 1550, pelo rei da Espanha Filipe II, para defender a colónia dos ataques dos piratas.

Fortaleza era composto por três linhas de defesas. A primeira, cujo o nome era Murro de Baixo de Pedra, com o nome científico Barbacam, um Poço Seco e também o Murro Alto, acompanhado de canhão, afirma o responsável da Fortaleza, Celestino Tavares.

Fortaleza é composto por três entradas: porta de serviço, porta principal na parte interna e a porta da Cidade, conhecida por ‘‘porton di nòs ilha’’. No centro, destaca-se uma  cisterna, que era alimentada por água das chuvas. Ao lado, existia paiol que servia para guardar armas, uma caserna militar e a capela São Gonçalo à frente da residência do governador. Até agora existem canhões de grandes portes a ostentar a beleza da Fortaleza.


A construção da Sé Catedral de Cabo Verde teve inicio em 1555, no local privilegiado em frente ao oceano e terminou em 1693. Hoje, os restos consolidados encontram-se completamente expostos a céu aberto, dando ao visitante a oportunidade de apreciar e ter uma melhor noção da suas dimensões.


Pelourinho

Construída em 1512, o Pelourinho constitui o símbolo da justiça  real, do poder municipal é da época esclavagista em Cabo Verde. Pelourinho consiste numa coluna feita com mármore branco de estilo gótico e feita sobre três escadas. Restaurada em 2004, hoje como sempre a beleza da praça, situada nas proximidades do mar, continua a ser o principal centro de vida local.


Rua de Banana

É a rua mais antiga de Cabo Verde e do mundo colonial urbanizado pelos europeus. Hoje é um conjunto de residências de pedras com cobertura de palha e pintadas com  cal.
Segundo Celestino Tavares, esta rua tem o nome de Banana, porque havia ali muitas bananeiras e mercado de bananas. 

Igreja Nossa Senhora do Rosário
É um dos edifícios mais antigo da Cidade Velha e de Cabo verde, com mais de  500 anos e construída em 1495. No início era uma capela gótica, posteriormente foi ampliada e recoberta de azulejos, ostentando belos e preciosos túmulos de antigos senhores nobres. Nossa Senhora do Rosário era padroeira dos homens negros que teriam mandado construir a Igreja. Em 2003 começou as obras de reabilitação.

Convento de São Francisco
Em 1640, uma rica proprietária da Ilha de Santiago mandou construir o convento num local de extraordinária beleza. O convento tinha sido concebido para acolher os religiosos franciscanos recém chegados à ilha de Santiago e que vieram substituir os jesuítas na missão à Cabo Verde.

 O Convento serviria, não só, de local de culto, como também centro de formação, pois era ali que os padres ensinavam alguns ofícios, avança Celestino Tavares.

Em 2001, começou-se as obras de  reconstrução e paulatinamente o convento ganhou traço daquilo que foi no passado. No momento, dá para ver que tudo foi feito cuidadosamente, desde as paredes até a cobertura, com o intuito de dar novo rosto à Igreja.

 Durante este tempo da história da ilha, houve a construção de inúmeros monumentos de grande riqueza para a cultura cabo-verdiana , muitos dos quais desde então se tornaram atrações turísticas.

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