A
Eropaid é o gabinete do projeto “A
cultura como fator de inserção social e económica no município da Ribeira
Grande de Santigo”, desenvolvido pela ONG CITI-Habitat em parceria com a Câmara
local e conta com o apoio da União Europeia.
O
projeto visa promover a Cidade Velha como pólo
de atração turística e estimular o empoderamento socioeconómico das famílias e
das comunidades, no sentido de valorizar o património que existe e tirar o seu proveito.
O
grupo alvo do projeto são jovens desempregados e mulheres chefes de família, e o
propósito é criar riquezas para o bem das próprias famílias.
Para
João Pinheiro um dos técnicos, o projeto está a ter um resultado além do esperado,
visto que o plano era formar 100 jovens. Contudo conseguiram formar 140 o que representa,
no seu entender, um ganho para o município.
Dentro
da filosofia do projeto, foram identificadas algumas áreas necessárias para o desenvolvimento
da Cidade Velha. Por isso, a autarquia está a apostar na formação dos jovens em
diversas áreas como, hotelaria, pastelaria, turismo, animação turística e
cultural e guia de turismo de forma a criar condições necessárias para que os
turistas possam ter acesso a um bom serviço.
Na perspetiva de João Pinheiro, os impactos
desses tipos de projeto podem ser avaliados a médio e a longo prazo.
Entretanto, avança que pode-se verificar alguns indicadores que são favoráveis
particularmente na área da formação. “Neste momento, os jovens que já
concluíram a formação e que queiram aceder ao microcrédito estão a recorrer a
um serviço da CITI-Habitat que é um serviço de microfinanças para se obter financiamento
e montar o seu próprio negócio, o que dá aos jovens uma certa autonomia a nível
económico e social”; refere.
Projeto abre portas de Emprego
No
centro da Cidade Velha, no largo do Pelourinho, avista-se um quiosque decorado
de cor branco e lilás, fruto de um projeto desenvolvido por um grupo 3 de
jovens que receberam a formação no âmbito do projeto “A cultura como fator de
inserção social e económica no município de Ribeira Grande de Santiago”.
Após
a formação, Jaqueline Mendes, Maria Isabel e Dulcelina Monteiro, recorreram ao
empréstimo da CITI-Habitat e criaram os seus próprios negócios.
A
empreendedora Dulcelina Monteiro declara que “no início, apenas vendia-se pastéis. Nos fizemos a formação na
aérea de culinária e pastelaria, mas estávamos algum tempo desempregadas. Por
causa disso, resolvemos criar uma sociedade, recorremos ao empréstimo e
montamos este quiosque. Agora, para além do pastel serve-se almoço, e vende-se
bebidas e outras coisas neste espaço”.
A
concorrência é uma das dificuldades que estas empreendedoras enfrentam. Maria
Isabel, afirma que ”o negócio está a correr bem, mas apenas os “turistas di
praia” é que consomem. Os turistas estrangeiros, normalmente, não consomem aqui,
porque os guias turísticos levam-lhes para outros restaurantes mais
sofisticados. Todavia, como somos empreendedoras criamos e inovamos todos os
dias”, conta.
O
projeto, que tem a durabilidade de três anos, começou em Julho de 2014 e
termina em Fevereiro do próximo ano.
Por: Miqueila Lopes