Por: Domingas Andrade
Os abusos sexuais contra menores em Cabo Verde acontece
muitas vezes nos seio familiar, segundo
um estudo apresentado no Jornal expresso das Ilhas, indicando-se que os crimes
contam com a invisibilidade social e o silêncio familiar. Os abusos ocorrem
dentro da família e as vezes são praticados em casa, por parentes e familiares,
como o pai, padrasto, tio, primo, irmão, avó, num vínculo que inclui ainda
cunhado, marido da tia, pai da irmã menor etc.
Em outros casos, os abusos foram praticados por vizinhos
a quem, na sua grande maioria, se confiava os cuidados das menores e ou
adolescentes.
Durante a investigação verificou-se que 07% dos crimes
acontecem nas escolas e são praticados por professores e guardas, e apenas 09% das vítimas (95% das quais do sexo feminino),
são desconhecidas do agressor.
Relativamente ao perfil, conforme o estudo que foi feito,
todos os condenados por abuso sexual em Cabo Verde são do sexo masculino, que
afirmaram, porém, que foram abusados na infância por mulheres e por homens.
O estudo concluiu que a idade do cometimento do crime vai
dos 16 aos 70 anos, 99% dos agressores sexuais são solteiros, a maioria é
natural da Praia e o nível de escolaridade é variado.
É de se notar que são vários os fatores que estão na base
da problematica, como por exemplo: uso contínuo do álcool, desemprego e emprego
precário, história de vida conflituosa, relação forçada na infância, dominação
masculina, segredo de família, fragilidade de suporte parental.
O documento elaborou ainda recomendações para combater a
prática, como alterações nas leis, acolhimento mais eficaz da família, mais
segurança nos espaços frequentados por crianças, programas de reinserção
social, acompanhamento do agressor, capacitação de técnicos que trabalham com a
problemática, prevenção e sensibilização e protecção das vítimas.
É preciso a colaboração por parte dos familiares, ou da
própria pessoa que é vítima, em denunciar o agressor e tomar medidas serias que
possam colmatar este fenómeno.